A consultoria Galunion que produz estudos para serviços de alimentação realizou recente pesquisa que aponta crescimento da conscientização sobre o impacto ambiental da alimentação no último ano. De acordo com o ‘Relatório de Tendências Alimentares 2021’ apresentado, 68% dos consumidores indicam que a preocupação com a sustentabilidade vai continuar após os meses de isolamento social ocasionado pela pandemia.
Essa conscientização tem impulsionado a busca por modelos alternativos de produção agrícola, inclusive em espaços corporativos. As empresas vêm buscando soluções para receber, de forma acolhedora, os colaboradores após o período de afastamento social e estresse intelectual, psicológico, econômico e social dos últimos meses.
O Instituto Melhores Dias, organização da sociedade civil que presido, está com atenção voltada para essa tendência de associar as hortas urbanas, sejam verticais ou horizontais em espaços amplos ou reduzidos, com qualidade de vida e conscientização. Realizar plantações sustentáveis é importante pois permite conscientização sobre alimentação saudável, qualidade de vida, preservação do meio ambiente, ciclo dos alimentos e dos resíduos (lixo) na cidade. Não é exagero. Uma horta colocada na vida das pessoas permite todos estes aprendizados. O Instituto Melhores Dias sabe disso, pois tem experiência no assunto: a organização desenvolve hortas escolares e comunitárias desde 1993 em todo o território brasileiro já tendo atuado em mais de 75 municípios de 15 Estados.
Em razão disso, o Instituto estabeleceu parceria com a empresa YPY Consulting, especializada em geração de impacto social, para busca de parceiros da iniciativa privada interessados em implantar plantações corporativas. O foco são empresas com consciência ambiental, social e de governança sobre seus investimentos. O projeto desenvolvido apresenta diversos modelos para adequar a entrada da horta na vida de colaboradores seja qual for o espaço destinado, desde pequenas hortas verticais com produção de chás e temperos (com formações sobre como produzi-los e melhor utilizá-los), até grandes espaços com diversos canteiros e as devidas informações sobre como mantê-los, como alternar, distribuir e melhor utilizar a produção.
Essas hortas respeitam os conceitos primordiais da Permacultura Urbana, que preconiza sistemas de planejamento de ambientes humanos sustentáveis que se utilizam de práticas agrícolas e sociais. Trocando em miúdos, são hortas que procuram a auto sustentabilidade, utilizando-se de soluções para capta o de água de chuva para manutenção, de minhocários e composteiras para aproveitamento de resíduos (lixo) e até instalação de meliponários de abelhas nativas brasileiras (que não tem ferrão) e são fundamentais para preservação da flora brasileira.
A preocupação em divulgar esse tema e desenvolver projeto relativo a ele é o sonho de atingir desenvolvimento urbano sustentável com iniciativas semelhantes ao de cidades como Paris que, desde 2015, tem lei que obriga os prédios do Centro da cidade a terem telhados verdes (vegetação no teto) ou placas solares. Painéis solares diminuem o uso de energia elétrica e os telhados verdes isolam calor e ruído, reduzindo a necessidade de aparelhos de refrigeração durante o calor e aquecimento para o inverno, além de bloquear partículas de poeira, purificar o ar e reter água da chuva, reduzindo problemas de escoamento durante chuvas fortes.
São iniciativas que só apresentam vantagens para as pessoas e para o planeta, assim como proporcionam as hortas urbanas, que merecem maior atenção, dedicação e desenvolvimento.
Artigo de Joyce Capelli, Presidente do Instituto Melhores Dias
Fonte:
https://pme.estadao.com.br/noticias/geral,horta-urbana-e-mote-de-negocios-que-promovem-sustentabilidade,70003853711
https://conteudo.galunion.com.br/pesquisa_alimentacao_na_pandemia_galunion