Atualmente, mais e mais as organizações da sociedade civil (OSCs), sem fins lucrativos, têm cumprido um papel importantíssimo no desenvolvimento de programas e competências que aceleram o desenvolvimento do país. Nos últimos tempos, essas organizações se profissionalizaram, agregando boas práticas de governança com controles, transparência, gestão e prestação de contas.
De outro lado, a maioria dos municípios brasileiros precisa de programas sociais para gerar desenvolvimento local. Há grande carência e muita demanda em vários setores como educação, saúde, cultura e meio ambiente. Além de atividades de melhorias, capacitações e outras ações que gerem melhor qualidade de vida e renda para os cidadãos.
A implementação de programas sociais em um país de dimensões continentais, sem dúvida, apresenta desafios das mais diversas naturezas. Porém o tripé formado por organizações da sociedade civil (OSC), governo e empresas privadas (que são os agentes envolvidos no processo de patrocínio e realização do programa social) se apresenta como uma forma de atuação ágil e eficiente para endereçar e superar questões importantes de necessidade de comunidades vulneráveis.
Para que o projeto social tenha sucesso e seja pautado em uma realidade atualizada, é preciso que seja feito um amplo estudo do contexto e um diagnóstico cuidadoso da localidade a ser atendida. A partir deste diagnóstico, é necessário ser firmado um compromisso formal entre OSC, governo e empresa para criar e gerir instrumentos de controle e metas e indicadores que sejam de responsabilidade de todos.
As OSCs, diferentemente de muitos órgãos e gestores públicos, têm atuação desburocratizada e sem sentimento de posse pelos dados coletados sobre a realidade local das comunidades durante seus programas. Muitas vezes, após eleições, quando um partido politico de oposição assume a gestão, os administradores que saem levam consigo informações importantes para a comunidade e apagam dados que são de poder público. Uma prática que por mais inadmissível que pareça, ocorre com mais frequência do que se imagina.
A possibilidade de atuação das OSCs sem envolvimento político, apenas com fortalecimento dos técnicos, da comunidade e do governo local, permite que os temas dos programas sejam os reais protagonistas do processo de consolidação da democracia e abrem um caminho para a construção de uma esfera pública pautada na cidadania e nos direitos.
Sabendo disto porque nada está sendo debatido ou apresentado pelos candidatos ou seus partidos nesse sentido? Trata-se de assunto de extrema importância que necessita vir à tona, pois já está provado que este trabalho conjunto de OSCs, governo e empresas é um modelo que se mostra eficiente no desenvolvimento social.
Do contrário, sempre, a cada ciclo político de poder, os avanços conquistados são perdidos, indiferentemente do que foi benéfico para a população. Todo o trabalho se reinicia, retardando a evolução, cada vez mais necessária, na educação e qualidade de vida de nosso povo.
Candidatos, eleitores, vamos conversar sobre isto?